A pintura gótica, uma das expressões da arte gótica, apareceu apenas em 1200 ou quase 50 anos depois do início da arquitectura e escultura góticas. A transição do românico para gótico é bastante imprecisa e não uma quebra definida, mas pode-se perceber o início de um estilo mais sombrio e emotivo que o do período anterior. Esta transição ocorre primeiro em Inglaterra e França cerca de 1200, na Alemanha cerca de 1220 e na Itália cerca de 1300.
A característica mais evidente da arte gótica é um naturalismo cada vez maior. Essa qualidade, que surge pela primeira vez na obra dos artistas italianos de fins do século XIII, marcou o estilo dominante na pintura européia até o término do século XV. O período gótico estendeu-se por mais de duzentos anos, surgindo na Itália e disseminando-se para o resto da Europa. Os italianos foram os primeiros a utilizar o termo gótico, indicando pejorativamente a arte que se produziu na Renascença tardia, mas que ainda seguia um estilo medieval. Era uma referência ao passado bárbaro, em especial aos godos. A palavra perdeu o tom depreciativo e passou a designar o período artístico entre o românico e o Renascimento. A arte gótica pertence sobretudo aos últimos três séculos da Idade Média.
A pintura (a representação de imagens numa superfície) durante o período gótico era praticada em quatro principais ofícios: afrescos, painéis, iluminura de manuscritos e vitrais. Os afrescos continuaram a ser utilizados como o principal ofício pictográfico narrativo nas paredes de igrejas no sul da Europa como continuação de antigas tradições cristãs e românicas. No norte, os vitrais foram os mais difundidos até ao século XV. A pintura de painéis começou na Itália no século XIII e espalhou-se pela Europa, tornando-se a forma dominante no século XV, ultrapassando mesmo os vitrais. A iluminura de manuscritos representa o mais completo registo da pintura gótica, fornecendo um registo de estilos em locais onde não sobreviveu nenhum outro trabalho. A pintura a óleo em lona não se tornou popular até aos séculos XV e XVI e foi um dos ofícios característicos da arte renascentista.
No começo do período gótico, a arte era produzida principalmente com fins religiosos. Muitas pinturas eram recursos didáticos que faziam o cristianismo visível para uma população analfabeta; outras eram expostas como ícones, para intensificar a contemplação e a prece. Os primeiros mestres do gótico preservaram a memória da tradição bizantina, mas também criaram figuras persuasivas, com perspectiva e com um maravilhoso apuro no traço.
Pintores
Pintores italianos
Pintores flamengos
- Albert van Ouwater
- Aelbrecht Bouts
- Barthélemy d'Eyck
- Dirk Bouts
- Erhard Reuwich
- Geertgen tot Sint Jans
- Gerard David
- Hans Memling
- Henri Bellechose
- Hieronymus Bosch
- Hubert van Eyck
- Hugo van der Goes
- Irmãos Limbourg
- Jacques Daret
- Jan Joest van Calcar
- Jan Provoost
- Jan van Eyck
- Jean Bondol
- Jean Malouel
- Joachim Patinir
- Joos van Wassenhove, também chamado Justus de Ghent
- Josse Lieferinxe
- Juan de Flandes
- Lucas Horenbout
- Lucas van Leyden
- Melchior Broederlam
- Mestre de Frankfurt
- Mestre de Moulins, às vezes identificado como Jean Hey
- Mestre de Saint Giles
- Petrus Christus
- Quentin Matsys
- Robert Campin, também chamado Mestre de Flemalle
- Rogier van der Weyden
Pintores alemães
- Absolon Stumme
- Andrés Marzal de Sax
- Anton Koberger
- Bernt Notke
- Berthold Furtmeyr
- Bartholomäus Bruyn
- Conrad Soest
- Daniel Hopfer
- Erhard Reuwich
- Frade Francke
- Friedrich Herlin
- Giusto di Alemagna
- Hans Acker
- Hans Bornemann
- Hans Burgkmair
- Hans Leonhard Schäufelein
- Hans Multscher
- Hans Pleydenwurff
- Hans von Kulmbach
- Hermen Rode
- Hildegard de Bingen
- Hinrik Bornemann
- Hinrik Funhof
- Israhel van Meckenem
- Jakob Griesinger d'Ulm
- Jost de Negker
- Konrad Witz
- Lukas Moser
- Martin Schongauer
- Marx Weiß
- Mestre Bertram
- Mestre da Vida da Virgem
- Mestre das Cartas
- Mestre de Heiligenkreuz
- Mestre de Housebook
- Mestre de Meßkirch
- Mestre de Saint Giles
- Mestre de Santa Verônica
- Mestre de Vyšší Brod
- Mestre do Altar de Bamberg
- Mestre do Altar de Bartholomäus
- Mestre do Altar de Imhoff
- Mestre do Altar de Malchin
- Mestre do Altar de Schöppinger
- Mestre do Altar de Stauffenberg
- Mestre dos Altares de Aquisgrán
- Mestre ES
- Michael Wolgemut
- Stephan Lochner
- Wenzel Hollar
- Wilm Dedeke
Pintores franceses
Pintores espanhóis
Pintores portugueses
Outros
- Michael Pacher (Áustria)
- Mestre do Altar de Třeboň (República Checa)
- Mestre Theodoric (República Checa)
- Biagio di Giorgio da Traù (Dalmácia)
- Kamāl ud-Dīn Behzād (Pérsia)
- Matthew Paris (Inglaterra)
- Michael Sittow (Estônia)
- Albertus Pictor (Suíça)
- Niklaus Manuel (Suíça)
- Reza Abbasi (Pérsia)